Piratas no EcoPraça

Sempre pensei que é necessário mudar a nossa realidade para a melhor. E ainda acredito que já passamos do ponto de revoluções (pelo menos no Brasil), podemos e devemos mudar o sistema por meio das instituições, ou seja, da politica. Porém nunca me senti representado nos partidos existentes até conhecer o partido pirata na suécia em 2009. Iniciou com a bandeira de restruturação do direitos autorais de música e filmes (o nome e derivado do site de torrent The Pirate Bay). Acompanhei o crescimento dele e em 2012 com a fundação do Partido Pirata do Brasil me convidaram para ajudar os Piratas aqui em território potiguar. Já foi fundado com bandeiras ainda mais amplas do que seu companheiro sueco que hoje atendem seguem as 18 leis piratas (ler ao final do texto) que ampliaram a minha visão de mundo e que podem ser usadas para um Brasil melhor. Assim, o navio pirata estava zarpando com objetivos bem claros e em que acredito prezando pela horizontalidade em seu convés.

Durante esses 4 anos, tive uma ótima experiência. Localmente, pude conhecer pessoas que realmente estão interessadas em participar da melhora da comunidade ao seu redor. Fizemos várias reuniões, buscamos as assinaturas de várias maneiras (muitas vezes fantasiados e com ótimo humor), organizamos nossos próprios eventos e sempre encontrando pessoas interessadas nas propostas piratas.

Também tive a oportunidade no âmbito nacional conhecer um pessoal empenhado em criar um partido de vanguarda que seria uma ótima alternativa para aos partidos tradicionais brasileiros.

Porém como em todo navio (com pessoas) a convivência não é fácil ou simples. A falta de diálogo real, cordialidade, hostilidades desnecessárias, ofensas pessoais e falta de foco nas questões importantes dos Piratas por parte de alguns associados do partido (mas que atrapalham todos os outros) me fizeram refletir muito. E depois de tentar mudar a realidade dentro navio juntamente com outros piratas, porém sem resultado, chegou o meu limite e está na hora de pegar meu barquinho e ir para outras águas. Espero que os Piratas se recuperem e sejam uma alternativa real na política atual brasileira e não continue a deriva por tormentas. Quem sabe um dia, voltarei.

Foi um período de muito aprendizado e ainda espero conhecer algumas pessoas que passaram por esse processo. Estarei aqui em Natal para quando alguns piratas passarem por terras potiguares ou visitá-los quando estiver viajando pelo Brasilzão.

Assim oficializo minha saída do Partido Pirata. Estarei focando minhas energias em outros projetos que já participo a muito tempo como a ONG Amigos da Natureza, o software livre potiguar, Mozilla Brasil e vários outros projetos pessoais. Participem e conheçam também essas outras iniciativas 🙂

Ahoy (Saudações Piratas)

18 Leis Piratas:

I – a defesa dos direitos humanos e das liberdades civis;
II – a defesa do direito à privacidade;
III – a defesa ao acesso livre à informação;
IV – a defesa do acesso e compartilhamento livres de cultura e conhecimento;
V – a transparência pública;
VI – a democracia plena;
VII – o Estado Laico;
VIII – a liberdade de expressão;
IX – a colaboratividade;
X – a igualdade de gênero, em todas as suas expressões;
XI – o combate a todas as formas de discriminação;
XII – o combate a todas as formas de autoritarismo;
XIII – a defesa do direito inalienável de resistir à opressão;
XIV – o internacionalismo;
XV – a defesa do ativismo hacker;
XVI – o gozo pleno dos direitos inerentes à cidadania, inclusive políticos, ativos e passivos, independente da nacionalidade;
XVII – a plena autodeterminação individual;
XVIII – a neutralidade da rede.